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sexta-feira, 26 de março de 2010

RATZINGER E BERTONE ACOBERTARAM PADRE PEDÓFILO

1. Como se diz por aqui, a repercussão da denúncia do jornal The New York Times não morreu do outro lado do rio Tevere, onde fica a cidade do Vaticano.
Os noticiários dos telejornais de hoje cedo mostraram que toda a Europa Ocidental ficou escandalizada com a ordem de “engavetamento” dada para o caso do padre norte-americano Lawrence Murphy, da diocese católica de Wisconsin.
O padre Lawrence Murphy, de 1954 a 1974, abusou sexualmente de mais de 200 crianças, quando trabalhava no colégio católico John’s School. Entre as vítimas estavam crianças portadoras desenvolvimento mental retardado.
Sem nunca ter sido processado pelas justiças laica e eclesial, o padre Murphy faleceu em 21 de agosto de 1998.
Em 1974, o arcebispo William Cousins, por ser voz corrente os abusos sexuais perpetrados por Murphy, afastou-o do colégio. Então, Murphy foi colocado em outra diocese, onde, por mais de 20 anos, trabalhou com crianças em escolas de paróquias e com menores infratores internados em estabelecimento do Estado.
O ex-Santo Ofício da Inquisição, hoje repaginado e chamado de Congregação para a Doutrina da Fé, foi informado, para tomar providências, dos crimes praticados pelo padre pedófilo Murphy.
À época, o atual papa Ratzinger presidia a Congregação para a Doutrina da Fé e o seu vice era o cardeal Tarcisio Bertone, atual secretário de Estado do Vaticano e segundo homem da hierarquia eclesiástica.
2. Segundo o jornal The New York Times, o bispo de Milwaukee, Rembert Weakland, enviou, oficialmente, duas cartas-denúncia a Ratzinger, quando este presidia o ex-Santo Ofício.
A matéria jornalística está documentada. Os documentos foram fornecidos pelos advogados Jeff Anderson e Mike Finnegan. Eles são advogados de cinco vítimas de Murphy. As cartas com denúncias contra Murphy foram enviados a Ratzinger em 1996.
Nenhuma dessas duas cartas foi respondida por Ratzinger.
3. Passados 8 meses, o bispo Weakland recebeu resposta às duas missivas enviadas. A resposta não foi fornecida diretamente por Ratzinger. Acabou dada por Tarcisio Bertone, o segundo homem da hierarquia do ex-Santo Ofício.
Num primeiro momento, o cardeal Bertone ordenou a instauração de um processo secreto para a destituição do padre Murphy.
Mas, um ano depois, Bertone mudou de idéia. Disse que o padre Murphy estava mal de saúde, que enviara uma carta de arrependimento a Ratzinger e os fatos tinham ocorrido há mais de 30 anos. Bertone finalizou a carta com a recomendação para adoção de medidas pastorais, ou seja, nada de processo disciplinar. Apenas advertências para conduzi-lo ao arrependimento e restrições territoriais para celebração da eucaristia.
Preocupado, o bispo de Weakland voltou a escrever a Bertone. Comunicou que Murphy jamais havia revelado remorsos pelos seus atos. Ou seja, era um pedófilo assumido.
Bertone, apesar do alerta, mostrou-se irredutível e concluiu pela inexistência de elementos para iniciar um processo.
4. Duas publicações saíram, hoje, em defesa do papa Bento XVI. O “diário oficial do Vaticano”, Observatório Romano, fala da intenção permanente de veículos da “mass-mídia” em atingir, a qualquer custo, a imagem do papa Bento XVI e dos seus colaboradores.
O cotidiano Avvenire, uma publicação dos bispos italianos, conclui pela leitura tendenciosa dos fatos, pelo jornal The New York Times.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera de hoje, o monsenhor Gianfranco Girotti, diretor da Penitenciária Apostólica, um tribunal que cuida das almas, alerta que a Congressão para a Doutrina da Fé, na qual trabalhava com Ratzinger e Bertone, jamais “colocou areia” na apuração do caso Murphy. Mais ainda, quando souberam do caso, Murphy estava morrendo: “Efetivamente, morreu poucos meses depois”.
5. PANO RÁPIDO. Pelo jeito, até Deus duvida de Ratzinger não ter sido informado por Bertone sobre o ocorrido com o padre norte-americano Murphy, ou seja, casos de pedofilia com vítimas menores, dentre elas crianças com desenvolvimento mental retardado e algumas com surdo-mudez.Como o renitente Murphy já estava para deixar esse mundo, parece que Ratzinger e Bertone repassaram a solução para outra instância, a Justiça divina. FONTE TERRA.

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